O Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) concluiu, na quinta-feira (21/10), a substituição de uma bomba da Estação Elevatória de Esgoto da rua Tanzania, no Jardim Santos Dumont, e restabeleceu o pleno funcionamento da unidade. Há cerca de 20 dias, houve um problema no equipamento, que por ser específico, sem pronta entrega no mercado, foi substituído por uma bomba provisória, de menor potência, como medida paliativa para manter a estação em operação.
O equipamento original foi enviado a um serviço especializado, que avaliou a inviabilidade do conserto e a necessidade de compra de uma nova bomba.
“A instalação da bomba provisória, de menor potência, já seria suficiente para manter a operação normal da elevatória. A sobrecarga na rede ocorreu por conta dos dias de chuva, o que indica a ligação de drenagem de águas pluviais na rede de esgoto”, explica o engenheiro Rafael Regueiro, do Departamento de Operações do Sistema de Esgotamento Sanitário da autarquia.
O Semae reforça as orientações aos moradores para a correta separação dos sistemas de drenagem e de esgoto nas residências.
O aumento das chuvas nos períodos de fim e início de ano também eleva a necessidade de manutenção no sistema, devido ao acúmulo de terra que é levada pelas águas pluviais para dentro das tubulações. Nenhuma rede de esgoto está projetada para receber água da chuva.
O normal é que as calhas conduzam a água da chuva para as guias nas ruas, de onde segue para as bocas de lobo e galerias e, na sequência, até os córregos e rios da cidade.
Misturar as redes pode ocasionar vazamentos em tampões de rede de esgoto – visíveis nas ruas e avenidas após dias chuvosos – e entupimentos de tubulação.
Outro tipo de ocorrência comum é o retorno de esgoto para dentro das casas: isso acontece porque o volume de chuva que chega às tubulações de esgotamento é muito grande, superando a capacidade de vazão do sistema de esgoto e voltando para dentro das residências, causando transtornos aos moradores.
“Nesta época do ano, aumenta muito a demanda de manutenção por conta da água de chuva que enche a rede de terra, com a necessidade de hidrojateamento (limpeza com uso de jatos d’água)”, explica o diretor do Departamento de Operações do Sistema de Esgotamento Sanitário, Anderson Amorim.
Nas ações de reparo, são utilizados os caminhões combinados da autarquia, que fazem a sucção dos detritos acumulados na rede e o jateamento com água sob pressão, no interior dos canos.
Esta solução é apenas emergencial. Para resolver o problema de forma definitiva, é necessário que cada morador faça uma verificação do sistema de escoamento de água de sua residência.
Uso da rede
Outro problema muito recorrente é o lançamento de materiais sólidos no sistema de esgoto. É comum as equipes responsáveis pela manutenção retirarem das tubulações vários detritos como gordura solidificada, pedras, pedaços de madeira e de colchão, por exemplo. São materiais que jamais poderiam estar na tubulação de esgoto.
O resultado também são entupimentos e vazamentos que geram transtornos para a população, como retorno de esgoto para dentro dos imóveis, mau cheiro nas ruas e bloqueios no trânsito para os serviços de reparo, além de despesas para a autarquia devido ao deslocamento de funcionários e equipamentos.
“O mau uso da rede eleva muito o nosso custo operacional, pois aumenta a necessidade de limpeza das redes, das estações elevatórias, dos cestos de gradeamento, e amplia também o volume de esgoto enviado para tratamento na estação da Sabesp, em Suzano, com uma despesa maior, mas sem, necessariamente, ter mais esgoto tratado, já que o volume maior é devido à água da chuva misturada ao esgoto”, enfatiza o diretor.